segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sarau de Poesia

Uma obra de arte!!!! Assim podem ser apreciadas as poesias que foram compostas pelos alunos do 5º ano A da Escola Marina Couto Fortes. Algumas poesias trazem um toque de criatividade misturada a uma realidade bem próxima deles. No dia 30/11/2008 eles declamaram suas poesias e nos emocionaram muito.

A MINHA VIDA

A minha vida é de
Tristeza, coitado do meu
gato foi roubado
no telhado e o meu
cachorro maltratado
e eu abandonado.

Carlos Eduardo Monteiro

LEMBRANÇAS

O estudante sonhador
Com pinta de pintor
Pinta alegremente
Lembranças da sua infância

Lembranças da comida
Que fazia a cozinheira
Com amor e alegria
Hum!!!Que maravilha.

Lorena Beatriz de Souza Ferreira

O AMOR DO AGRICULTOR

O agricultor
Sonhava em
Ser pintor
Para pintar
Um quadro
De seu amor
E pendurar
No meio
Da sala de estar.

Para todo mundo
Olhar e para
Entender como É lindo o amor
Que ele quer mostrar.

Moça o seu olhar pode mostrar Que para sempre ao meu lado vai estar
E para sempre vai me amar.

Adryanno Souza da Silva

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

AS MAZELAS DA INCOMPREENSÃO

Autora:ELIMAR CRISTINA A. LIMA TOLENTINO
Educadora , Assessora Educacional
E Mãe De Pré-Adolescente

Não somos pais preparados para a função de pais, apenas 5% da população que tem filhos realmente se prepara para tê-los, os 95% restantes encaram a situação com alegria e com a coragem do “ vamos ver no que vai dar”, tornam-se adeptos da educação por tentativas de erros e acertos.
Vamos esclarecer que aprendizagem por tentativas de erros e acertos é uma ferramenta de sucesso na educação regular (escola), mas não funciona quando se trata de filhos, não podemos trabalhar caráter, amor, valores, através de tentativas, somos pais e nossa experiência anterior nos dá respaldo para indicar o que é certo.
‘O ser pai’ nos presenteia com um conjunto de responsabilidades indiscutíveis e para as quais não tínhamos preparo ainda, mas só vamos nos dar conta disso quando nossos rebentos começam a ter opinião e vontade próprias, e é justamente neste momento que somos confrontados com nossa capacidade de compreensão.
Até os 8 anos de idade somos os “mandachuvas” da casa, nossos filhos podem até questionar, mas o peso da nossa palavra e nossa autoridade são facilmente absorvidos e nos sentimos seguros, fortes e começamos ter certeza que será sempre assim. Leve engano!
E é justamente ai que entra nossa falta de preparo para exercer a paternidade, pois nos esquecemos que uma criança cresce, se desenvolve, passa pela pré-adolescencia, adolescência e juventude, mas na nossa cabeça de pais despreparados cremos que sempre serão nossas criancinhas inocentes e indefesas.
Quando os confrontos começam, demonstramos nossa inabilidade com uma completa falta de compreensão, porque simplesmente colocamos nossa individualidade à frente da coletividade que a relação familiar exige. Subimos nos saltos do autoritarismo, muitas vezes praticamos um julgamento injusto e sentenciamos o réu a uma pena não física, pois preferimos massacrar com palavras a bater, mas profundamente dolorosa, causadora de magoas e revoltas, pois as palavras de um pai ou mãe machucam mais do que palmadas e isso tudo porque o “ nosso querer ( de pais) não foi respeitado, e sem diálogo determinamos que o conflito fosse resolvido a nosso favor”, em apenas um segundo jogamos fora os bons ensinamentos que havíamos construído com nossos filhos sobre resolver as dificuldades com diálogo e compreensão, afinal de contas a palavra convence o exemplo arrasta.
As feridas abertas pela falta de compreensão em um momento de confronto, nesta fase do desenvolvimento, podem gerar doenças na alma que dificultarão a socialização e a integração deste jovem em qualquer lugar, inclusive em sua própria casa, porque os pais não serão mais vistos como os amigos de todas as horas, pois a insegurança de ser julgado e incompreendido o perseguirão inconscientemente. Barreiras de comunicação serão construídas e não se assuste se o vizinho te contar uma novidade sobre seu filho.
Em momento algum podemos nos esquecer que o adulto neste relacionamento somos nós os pais, portanto é da nossa parte que vem o equilíbrio, a ponderação, as bases para um diálogo tranqüilo e esclarecedor.
Mas nos esquecemos disso e ficamos indignados quando vemos um filho descontrolado, levantando a voz e imediatamente reagimos com nossa força nada sensível, “vá dormir, você esta de castigo”, sendo que esta fase da vida precisa ser modelada, e quem modela somos nós os pais; deixar um filho sozinho depois de um confronto, é abrir espaço para sentimentos de raiva, no silencio o filho vai pensar as piores coisas que imaginamos, por isso precisamos estar presentes ponderando,mostrando uma solução melhor, ou até mesmo questionando qual a verdadeira intenção do filho e se possível apresentar as conseqüências, e ai sim deixá-lo sozinho com pensamentos saudáveis e a certeza do seu cuidado; este tipo de comportamento é muito positivo pois ,primeiro eles não se sentirão sozinhos, segundo nós estaremos mostrando que as situações podem ser discutidas de forma tranqüila, terceiro estaremos construindo uma relação concreta e duradoura.

Vamos conhecer um pouquinho destas fases criticas na vida dos nossos filhos:

A PRÉ-ADOLESCÊNCIA –
É repleta de descobertas, conflitos, transformações. E muitas das mudanças ocorridas nos filhos, os pais não compreendem e questionam as crianças por isso, causando discussões e problemas dispensáveis.
O problema mais comum que os pré-adolescentes costumam encontrar nesse período é a dificuldade de relacionamento com seus pais que,ora os vêem como crianças irresponsáveis, ora cobram deles atitudes e responsabilidades de adultos. Pais que muitas vezes não exigiam/cobravam atitudes responsáveis e o cumprimento de obrigações, passam a fazê-lo nesta fase, dizendo "você já está grande", o que pode causar revolta nos adolescentes, até pelo fato deles não terem aprendido a serem responsáveis ao longo de sua existência.


A ADOLESCÊNCIA
É o período no qual uma criança se transforma em adulto. Não se trata apenas de uma mudança na altura e no peso, nas capacidades mentais e na força física, mas, também, de uma grande mudança na forma de ser, de uma evolução da personalidade.
É uma extraordinária etapa na vida de todas as pessoas. É nela que a pessoa descobre a sua identidade e define a sua personalidade. Nesse processo, manifesta-se uma crise, na qual se reformulam os valores adquiridos na infância e se assimilam numa nova estrutura mais madura.
A adolescência é uma época de imaturidade em busca de maturidade. No adolescente, nada é estável nem definitivo, porque se encontra numa época de transição. E precisamos compreender que esta mudança toda gera muita angustia interior, afinal de contas não se é criança nem adulto.



Nós pais devemos lembrar que é uma fase passageira, portanto, é importante ter paciência, estar aberto a questionamentos e, por que não, aprender com eles, pois a vida é um eterno aprendizado e ouvir os filhos pode ser um caminho para questionar os próprios valores, melhorar a qualidade de vida e o relacionamento familiar .
Devemos retomar o significado básico da compreensão.
Compreender é ser sensível ao outro.
E isto é tudo que nossos filhos precisam para chegar a adultos bem resolvidos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A FAMÍLIA COMO A PRIMEIRA ESCOLA

Autora: Elimar Cristina Almeida de Lima Tolentino

As mudanças são constantes e inevitáveis.
Mas existem algumas obrigações que não podem mudar, entre elas podemos citar uma extremamente importante e fundamental para o equilíbrio da sociedade atual: A FAMÍLIA COMO A PRIMEIRA ESCOLA.
A família é o primeiro ambiente de aprendizagem por onde o ser humano passa, onde serão construídos valores que o seguirão por toda sua vida, é no ambiente familiar que será moldado o caráter do futuro cidadão, “nem quando envelhecer se desviará dele”.
É no seio da família que o ser humano agrega conhecimentos que o levarão a respeitar o próximo, a consumir por necessidade e não por futilidade, a perceber a verdade como bem maior, a ser responsável por seus atos, a questionar com sensibilidade, a responder com sabedoria, a ouvir antes de falar, a planejar antes de agir, a cultivar bons hábitos alimentares, a ter uma higiene pessoal adequada, a utilizar o banheiro sem esquecer que os outros o utilizarão também, a não falar mal dos outros, ver o lado bom das situações, a cooperar, a valorizar, a reconhecer os próprios erros, a lutar pelo seus direitos...
Este conjunto de práticas é adquirido no convívio com os pais, que desempenham o papel de educadores, de formadores, daqueles que possibilitarão a criança um desenvolvimento harmônico da capacidade física, moral e intelectual.
Isto é indiscutível!!!
Mas a família tem passado por mudanças; surgiram os agregados familiares, as mães precisaram entrar no mercado de trabalho, criaram-se os sub-empregos, o tempo com os filhos hoje é qualitativo e não quantitativo, temos Internet, tv a cabo, até ai a análise das mudanças é normal, mas inspirativa de cuidados, agora a mais trágica mudança relaciona-se a uma inversão de valores é a transferência de responsabilidade.
Por vezes nos questionamos e não conseguimos compreender porquê as crianças de hoje estão tão diferentes, e por que não assumir que estamos vendo crianças mal-educadas, incapazes de desenvolver-se adequadamente, pulando suas faixas etárias, querendo ser o que não são, passivos e inertes para certas coisas, exigentes para outras, imaturos e prepotentes em suas decisões, manipuladores, interesseiros, grosseiros, preconceituosos e descrentes.
A resposta para nossas questões é simples: a família tem procurado transferir para a escola regular uma FUNÇÃO INTRANSFERIVEL.
A escola certamente é um ambiente de aprendizagem, mas a criança precisa chegar à escola com um pré-requisito mínimo chamado de CIDADANIA FAMILIAR.
É na cidadania familiar que a família determina funções, papéis e a hierarquia entre seus membros, é também um espaço social de confrontação de gerações e onde os dois sexos (masculino e feminino) definem suas diferenças e as relações de AUTORIDADE. A família tem o dever de educar os filhos para o convívio social.
Diante desta verdade, discorro minha preocupação com as famílias que matriculam seus filhos na escola, achando que todos os seus problemas serão resolvidos pela “fada ou bruxa” da professora.
Ao longo de 20 anos de trabalho na Educação, foram incontáveis as vezes que ouvi o apelo de pais pedindo que o docente fizesse alguma coisa para o filho escovar os dentes, não responder para os avós, comer fígado, guardar os brinquedos, e por ai vão os mais absurdos pedidos, que poderiam ser resolvidos com uma simples organização do poder “de manda” dentro de casa, mas é mais fácil pedir para outro resolver um problema que é meu.
O perigo disto é assustador, pois quando peço para alguém de fora resolver um problema interno familiar, estou passando para meus filhos a seguinte mensagem: eu não dou conta do recado. Estou transferindo a minha autoridade para uma terceira pessoa que não conhece os hábitos e os valores da minha família.
Daí o resultado que vemos nas crianças e adolescentes da nossa sociedade!
Educar não é fácil, mas é preciso.
Antes de educar nossos filhos, precisamos educar a nós mesmos, pois só podemos dar aquilo que realmente possuímos.
Como pais, não podemos abrir mão do mais sublime papel que nos foi confiado, mesmo que com lágrimas é necessário semear com paciência e muita sabedoria um caráter firme e profundo em nossos filhos.
Cada família que reassumir seu papel como primeira escola, estará contribuindo para uma sociedade mais equilibrada, com jovens educados, verdadeiros em suas atitudes, inteligentes emocionalmente, honestos em seu proceder e com um coração fértil para a obediência.

domingo, 16 de novembro de 2008

AULA & EPISTEMOLOGIA DO PROFESSOR

Autora: Elimar Cristina Almeida de Lima Tolentino



Ao aprofundarmos a idéia sobre o professor competente em sua ação de ensinar, precisamos levar em conta sua forma de pensar a educação, sua história como aluno e sua formação para o magistério, para então compreendermos como foi concebida a epistemologia deste professor, ou seja, sua concepção do processo de produção do conhecimento e sua legitimação social.
Sabendo “que aula é o reflexo da epistemologia do professor” (Moretto,2007), podemos afirmar que a forma como este entende como se dá o conhecimento, determinará seu processo de ensino, partindo desde principio podemos analisar duas correntes epistemológicas que têm estado presente nas escolas atuais:
· Epistemologia tradicional(Moretto,2007):tem sua inspiração nas correntes filosóficas do Empirismo (conhecimento devido a experiência) e do Positivismo(base nos dados da observação e da experiência) e encontra apoio na psicologia comportamentalista. Nesta concepção o conhecimento é uma descrição do mundo, que chega ao aluno através do professor,que é o transmissor de verdades de natureza ontológica (ser enquanto ser,independente do modo como se manifesta) representando possibilidades únicas de interpretação , que serão recebidas pelos alunos e num processo de repetição (aparece aqui o behaviorismo) serão posteriormente reproduzidas.
· Epistemologia construtivista sociointeracionista: é uma contraposição a epistemologia tradicional, pois o conhecimento é construído pelo sujeito através de suas experiências de interação com o mundo físico e social, o “aluno deixa de ser um receptor-repetidor de informações para ser um elaborador de representações”(Moretto,2007), com significados e contextos.

A aula do professor de epistemologia construtivista, oportuniza ao aluno, a elaboração (o fazer), e é avaliada como bem sucedida quando as relações e representações são estabelecidas pelo aluno, e as verdades ontológicas e as convenções sociais de única interpretação são rompidas.Com relação as convenções sociais, vale ressaltar a importância que a linguagem tem sobre este aspecto, pois a transmissão de conceitos pela reprodução, inibe o pensamento construtivo, o que leva à satisfação com respostas prontas e descontextualizadas, gerando uma falsa idéia de sucesso “quando o aluno obtém nota na prova repetindo uma informação” (Moretto,2007).

A construção do conhecimento esta ligada ao fazer, ao produzir sentido, um sentido contextualizado, valorizando o aluno como sujeito ativo, interativo, articulista, elaborador, ser individual e ser coletivo, percebido nas palavras de Paulo Freire (in Cortella2006) “fazemos, logo pensamos; assim existimos”.
A educação é uma atividade * histórica, prática * dos sujeitos sociais ( Severino,2002) , portando o professor precisa comprometer-se com o trabalho de produção dos alunos; por vezes observamos nas salas de aula da REME as funções invertidas, onde o professor faz tudo, e o aluno é um mero ouvinte, quando na verdade ele (o aluno) é “a principal força de trabalho na escola, uma força voltada primordialmente para a aprendizagem” ( Lamp in Neiva 2006), daí a necessidade do professor buscar as melhores práticas pedagógicas, privilegiando a aprendizagem cooperativa , construtiva, criativa, sendo um organizador e estimulador do processo educativo.
* Grifo nosso



REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORTELLA, Mário Sergio. A escola e o conhecimento – fundamentos epistemológicos e políticos. São Paulo, Cortez: Instituto Paulo Freire, 2006.

MORETTO,Vasco Pedro. Prova um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas.Rio de Janeiro. Lamparina, 2007.Capitulo 3.

NEIVA, Evando. Lições Aprendidas. Belo Horizonte: Editora Universidade, 2006.


SEVERINO, A.J. A importância do ler e do escrever no Ensino Superior. In______ Metodologia do Trabalho Cientifico.22 ed. (ver. ampl) São Paulo: Cortez, 2002.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

POLITICAS PÚBLICAS EM DEBATE: A COMPREENSÃO DOS MEMBROS DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CAMPO GRANDE

POLITICAS PÚBLICAS EM DEBATE: A COMPREENSÃO DOS MEMBROS DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CAMPO GRANDE



Elimar Cristina A. de Lima Tolentino[1]
Colaboração na pesquisa Edela Grau e Neuza Babichi


Este artigo tem por finalidade investigar a opinião e a compreensão do que são políticas públicas por parte dos membros do Conselho Municipal de Educação de Campo Grande, órgão colegiado de caráter técnico, normativo e decisório do sistema municipal de ensino, que assessora a Secretaria Municipal de Educação, e que tem a responsabilidade de “aprofundar a busca da qualidade dos estabelecimentos e palmear o caminho que vai da comunidade à escola e vice-versa”(CURY,2000).
A pesquisa que deu base a este artigo foi realizada através de um questionário com 15 perguntas, sendo três de informações pessoais para traçarmos um perfil do entrevistado e as demais de opinião sobre o tema Políticas Publicas; os questionários foram entregues aos 13 membros do CME no dia 06 de outubro de 2008 na sede do mesmo, com um prazo para devolução de 5 dias úteis, período no qual o conselho estaria cumprindo seu calendário de reuniões do mês de outubro. A realização da pesquisa contou com uma pequena amostra de material, pois só foram devolvidos três dos treze questionários entregues; tal fato nos remete a reflexão sobre o compromisso que os membros do referido conselho têm com “a busca incessante do diálogo entre Estado e todos os setores implicados, interessados e compromissados com a qualidade da educação escolar”, uma das principais atribuições dos conselhos de educação segundo Cury (2000), mas isto deverá ser abordado em um outro tempo .
Ao estudarmos o tema políticas públicas, pudemos perceber que há uma variedade de diferentes definições e opiniões para o assunto, mas queremos fazer menção das palavras da pesquisadora em Ciência Política Celina Souza[2](2006) quando diz que podemos resumir:


“política publica como campo do conhecimento que busca , ao mesmo tempo, colocar o governo em ação e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações (variável dependente)”,


ações estas voltadas para a sociedade, visando a solução de problemas por parte dos governos, que transformam as políticas públicas depois de formuladas , em programas e projetos, que devem ser implementados e avaliados no seu decurso.
Nesta perspectiva de compreensão do que são políticas públicas, os entrevistados entendem particularmente que são ações do governo para o povo, um compromisso público, visando atender necessidades da sociedade , mas ao serem questionados se há um consenso coletivo sobre a definição de políticas públicas entre os membros do conselho encontramos uma negativa, explicada por uns pela diversidade de pensamentos e por outros pela medida de estudo e compreensão de cada um; mas em relação ao conhecimento das políticas públicas adotada no desempenho de sua função, todos foram unânimes em afirmar que as conhecem e citaram algumas como: políticas públicas de conveniamento, desenvolvimento do projeto político pedagógico, políticas de ampliação de rede, participação de todos nas decisões coletiva, políticas de valorização do magistério.
Com relação as políticas públicas do município de Campo Grande , os entrevistados relataram que o Conselho Municipal de Educação é convidado a participar da elaboração das mesmas, bem como todos os demais segmentos da sociedade onde cada um tem sua responsabilidade e experiência na ação, mas não foram esclarecidos quais segmentos seriam estes, mas fica evidente diante do que foi exposto, que há uma aceitação na participação da sociedade na elaboração das políticas publicas a nível de educação.
Ainda sobre o panorama das políticas publicas do município de Campo Grande, os entrevistados afirmaram que estas sofrem influências quando há troca da administração municipal, mas enfatizaram que hoje existem leis de responsabilidade para evitar as rupturas e descontinuidade das ações implementadas pela administração anterior; afirmaram ainda unanimemente que as políticas publicas têm tido a mesma prioridade que as políticas econômicas, tendo em vista a preocupação do executivo municipal com a qualificação dos professores da REME, sob uma perspectiva de que esta ação esta relacionada diretamente a qualidade da educação. Mas é importante salientar que ao se tratar da qualidade , precisamos segundo Bordignon&Gracindo(2000) verificar que a educação

“não tem sua qualidade definida na padronização, mas na “produção”[3] de seres emancipados, autônomos, não-autômatos ( dimensão individual) e na produção da eqüidade, da justiça (dimensão social). Autonomia que requer o desenvolvimento de seres humanos únicos...eqüidade que retrata a busca da inclusão social ( política, econômica e cultural) de todos os cidadão.”

E que para falarmos em qualidade da educação há que se abrir a visão sobre todos os elementos que a garantem.
Segundo os entrevistados as políticas sociais e as políticas públicas de Educação de Campo Grande, ”conversam entre si, crescem juntas”[4], quando propõem ações voltadas para a anemizar as dores causadas pelas desigualdades sociais, ou seja pelas privações, pela marginalização, pela rejeição econômica geradas pelas diferenças sociais; a sintonia entre estas políticas tem frutificado em desenvolvimento para o município.
Já a implantação dos nove anos no Ensino Fundamental, para a maioria dos entrevistados foi incoerente, pois os profundos problemas da educação relacionados a metodologia, qualidade , financiamento, analfabetismo não seriam resolvidos com o aumento dos anos escolares; neste contexto surgiram novas dificuldades com relação as crianças de quatro anos na escola, mas há que se considerar que para alguns membros do conselho a criança desta idade teve a oportunidade de colocar em prática seu potencial e assim ter uma vida estudantil mais produtiva.
Sobre a gestão democrática da escola, todos os entrevistados concordaram que esta é uma política publica da educação, que proporciona um agir coletivo e comunicativo entre os sujeitos ,e que coloca a educação em consonância com as políticas de gestão democrática do município – se este escolhe seu prefeito, a escola escolhe seu diretor- opiniões estas que nos remetem às considerações de Bordignon&Gracindo(2000) :


“ Gestão Democrática é um processo de coordenação de estratégias de ação para alcançar os objetivos definidos e requer liderança centrada na competência, legitimidade e credibilidade... A gestão da escola e do município, é um processo de coordenação de iguais, e não de subordinados.Em boa medida, portanto, escolher um diretor é escolher os rumos e a qualidade dos processos de gestão na escola.”


Questionamos nossos entrevistados ainda, sobre as contribuições que as avaliações externas (SAEB, Prova Brasil, e outros) trazem à aplicabilidade das políticas publicas na educação, e as respostas foram afirmativas em esclarecer que os resultados destas avaliações são usados mais para verificações, e não produzem mudanças significativas; este tipo de avaliação não deixa claro se as políticas públicas estão sendo aplicadas ou não. Uma contribuição foi citada em nível de individuo: para o professor da turma avaliada haveria uma reflexão com base nos resultados obtidos, a fim de procurar melhorar em sua ação.
Durante a análise dos questionários percebemos que os entrevistados conhecem com propriedade o tema políticas publicas, mas enfatizamos que esta pesquisa contou com uma pequena amostra de opiniões devido a não entrega dos questionários por parte de dez integrantes do CME, o que nos leva a refletir sobre o tipo de diálogo que esta sendo construído com a sociedade. Os três entrevistados demonstraram que construíram uma identidade como membros do conselho, mas gostaríamos de poder dizer isto dos demais.
Concluímos este artigo com a certeza de que os membros do Conselho[5] sabem que políticas publicas são ações do governo para e a favor da sociedade, e devem ser continuas mesmo na troca do poder executivo; em suas respostas percebemos que embora sejam plurais em suas definições, concepções e idéias, deixam claro que em suas ações que a razão e o bom senso caminham próximos.





REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BAUMAN, Zigmunt. Identidade. Rio de Janeiro:Zahar, 2005

BORDIGNON,Genuíno;GRACINDO, Regina Vinhaes. Gestão da educação: o município e a escola. Compendio de textos da disciplina Política e Fundamentos Legais da Gestão Educacional e Escolar, organizados por Ms Maria Ângela Arruda Fachini, IESF, 2008.

CURY, C.R.J.Os conselhos de educação e a gestão de sistemas. Compendio de textos da disciplina Política e Fundamentos Legais da Gestão Educacional e Escolar, organizados por Ms Maria Ângela Arruda Fachini, IESF, 2008.

SOUZA, Celina. Políticas Publicas: uma revisão da literatura.Porto Alegre: Sociologias n.16,2006.
[1] Professora do Ensino Fundamental séries iniciais da REME, graduada em Pedagogia pela UFMS em 1997, pós-graduanda em Coordenação do Trabalho na Escola: Ênfase na Gestão Pedagógica e Inspeção Escolar-IESF 2008.
[2] Pesquisadora do Centro de Recursos Humanos da Universidade Federal da Bahia.
[3] Grifo do autor
[4] Palavras de um dos questionários.
[5] Membros que participaram da pesquisa

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Tela virtual criada por Fernanda Cristina Lima Tolentino. Título: NENHUMA BARREIRA PARA IMAGINAÇÃO